Sobre nós e o nosso futuro neste planeta

Que o planeta Terra é o berço da humanidade, isso não é lá uma grande novidade. Embora pareça bastante óbvio a qualquer ser humano, quando questionado a respeito, muitos de nós não percebemos que somos completamente dependentes dele para tudo que diga respeito a nossa existência enquanto espécie. E se algo der errado, estamos completamente perdidos, pois não temos um backup da Terra para fugirmos para lá. A Terra é o berço não só da humanidade, mas de os demais seres vivos que conhecemos e sem as condições adequadas, tanto nós como as demais espécies, estaremos fadados a extinção.

No passado tivemos alguns eventos catastróficos importantes que levaram espécies inteiras à extinção e abriram espaço para outras mais evoluírem e popularem o planeta. De processos evolutivos naturais a catástrofes naturais, passando por períodos glaciais, quedas de meteoros e transformações geológicas, nosso planeta passou por diversas transformações desde sua origem, dando início as novas condições climáticas e ambientais que refletiram diretamente na sua transformação, até que se tornasse no que é hoje; um planeta bastante diverso e com características bastante peculiares e únicas.

Nosso planeta é o único até então que dispõe das condições necessárias para abrigar a vida em todos os aspectos. De microrganismos a grandes espécies, somos o único planeta até então conhecido pela espécie humana que dispõe de todos os recursos necessários para abrigar vida. Não há qualquer outro no nosso sistema solar ou na via láctea, que possua um equilíbrio entre condições atmosféricas, formação geológica e posicionamento diante da estrela que lhe fornece luz e calor. Fomos agraciados por essas condições únicas, que deram origem a vida por aqui, porém o ser humano ignora o fato por achar que é a espécie dominante.

Já em relação a questão do aquecimento global, este não é um fato recente e nem uma situação causada pelo homem, pois mesmo antes do surgimento da espécie humana, essas alterações climáticas já ocorriam por aqui. Aliás, este é um evento cíclico que ocorre a cada intervalo entre períodos glaciais, em torno dos 20 mil anos. A última glaciação foi entre 12 e 18 mil anos e a próxima está estimada para algo em torno dos 10 mil anos. Então estamos no momento vivendo um período interglacial, no qual o efeito estufa é um processo inteiramente natural e necessário afim de equilibrar a temperatura do planeta, evitando assim que ele resfrie, o que antecede a nova fase glacial que está por vir.

As principais causas do aquecimento global são a incidência de raios solares, alterações na composição gasosa da atmosfera, alterações geográficas dos continentes e oceanos, causas de ordem extraterrestre como a queda de grandes rochas vindas do espaço, causadoras de grande quantidade de poeira suspensa na baixa atmosfera e o consequente bloqueio de parte dos raios solares, que causa o resfriamento do planeta como um todo. A camada de ozônio é nosso principal escudo contra essas radiações solares.

O problema é que parte da população desconhece essas informações e acaba por acreditar em certas invencionices apocalípticas criadas por grupos que nem sempre estão comprometidos com a verdade sobre as questões ambientais. Uma das principais dúvidas da população é sobre o que será do planeta e da humanidade se o problema do aquecimento global não for resolvido e se estaremos condenados à extinção caso não consigamos diminuir a temperatura da superfície da Terra. A resposta é simples: NÃO! O problema do aquecimento global é algo que independe da nossa vontade e interferência direta, já que trata-se de um ciclo natural, conforme descrito anteriormente. Mesmo que consigamos reduzir toas as emissões a zero, ainda assim o planeta sofreria com essas variações climáticas. Repetindo: é cíclico, natural e não há nada que possamos fazer a respeito.

Mas depois de tanta repercussão à respeito do assunto, fica difícil não questionarmos os reais motivos dessa preocupação excessiva com o efeito estufa e a camada de ozônio. Porém, o que precisamos refletir é sobre o que pode ser feito em relação a isso e se realmente podemos intervir de alguma forma, sem falsas expectativas ou pensamentos ideológicos sem fundamentação científica. A realidade é que não podemos evitar nada disso, mas podemos por outro lado intervir na questão da preservação das espécies sobre a Terra. A camada de ozônio e o efeito estufa existem por si próprios, já a preservação das espécias e dos demais recursos naturais, estes podem ser de nossa inteira responsabilidade, pois interagimos diretamente com todos eles.

Embora haja grande comoção por parte da população em relação ao assunto, é perceptível que nem todos os governantes tratam a questão da preservação do planeta como algo relevante e importante para o futuro da vida sobre a Terra. De certa forma é até compreensível a razão pela qual alguns ignorem o assunto, pois tratam isso como algo inventado pela oposição e uma forma de militância. Muito desse pensamento tem como origem a infeliz tentativa de convencimento desses militantes que nem sempre buscam esclarecer os fatos, mas que em vez disso, travam verdadeiras batalhas ideológicas contra quem não pense ou haja como eles. É mais ou menos como a questão das militâncias radicais de veganos ou feministas que extrapolam o bom senso e em vez de debaterem os assuntos de forma civilizada, esclarecendo as razões pelas quais defendem tais princípios, partem para o confronto, a destruição e a violência desnecessária, como se fossem chimpanzés raivosos num ataque de fúria.

A disputa cega por um ideal nem sempre traz benefícios, pois quem não compreende as reais intenções por trás dessas manifestações, pode achar que trata-se meramente de uma forma de fanatismo sem fundamentação científica [e algumas vezes é], pela qual a única intenção seja o convencimento, em vez de uma pauta séria a respeito da preservação do planeta e suas espécies. Infelizmente em alguns discursos sobram imposições e faltam critérios educativos da parte de quem se propõe a ‘militar’ por uma causa séria e que diga respeito aos interesses da população. A radicalização das pautas é o grande empecilho das transformações sociais. Este e o ponto.

Já do lado dos governantes, o que sobra é interesse político, econômico e financeiro, pois o que pesa não é o clamor do povo e as necessidades do meio e sim a arrecadação de impostos e a aprovação política. Aqui também pesa o critério da exacerbação, pois a partir dos interesses individuais da classe política, muitas coisas deixam de discutidas ou realizadas, pois interferem negativamente nos interesses econômicos do país. Por exemplo: a China nega-se a fazer qualquer acordo ambiental, pois sabe que isso implica em abrir mão de diversas questões que para eles são mais relevantes que a consciência ambiental: o lucro acima de tudo. Basta pensar que para implantar sistemas de controle de emissão de poluentes, as industrias terão que arcar com milhões de dólares em equipamentos, adaptações e treinamento de equipes, dinheiro este que certamente seria melhor investido na expansão dos negócios e na produção como um todo.

Logicamente há muitos interesses econômicos por trás das intenções políticas, já que grandes empresários não querem que uma baleia, um macaco da amazônia ou um urso chinês sejam empecilho para seus investimentos no local. Um grupo empresarial que queira criar um complexo industrial em determinada região, sequer ligará para o fato de que na região em questão há diversos mananciais, florestas, espécies animais ou vegetais endêmicas. Eles desejam apenas limpar a área, construir sua infraestrutura e fazer seu investimento triplicar, pois tempo é dinheiro. Se isso repercutirá negativamente, aí é outra história, pois basta criar uma área de preservação dentro do complexo, citar diversas novas implementações ‘sustentáveis’ para que a mídia se cale e deixe de lado a degradação do local. Existe aqui um apelo ao politicamente correto, mascarado de normas técnicas que nem sempre são seguidas à risca e funcionam apenas na teoria.

O triste disso tudo é saber que nosso habitat está sofrendo drásticas transformações e que o mais importante são as alianças políticas e econômicas. Vivemos em um planeta lotado, que muito em breve sofrerá as consequências da explosão demográfica, da falta de alimentos e principalmente da água potável.

Então a questão não deve ser fixada apenas no problema do efeito estufa, já que este é o menor dos nosso problemas. Nossa espécie está por um fio e se algo não for feito, tudo que conhecemos poderá ser alterado drasticamente, o que repercutirá inclusive na nossa permanência por aqui. Isso não dá votos e nem move a mola propulsora da economia, mas certamente definirá nosso futuro, pois se não houver água e alimento, nosso futuro está selado.


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